Circulando livremente pelas avenidas de Aracaju, os carroceiros dizem que tem conhecimento da lei, mas não podem parar de trabalhar. “Esse é nosso meio para sobreviver, não podemos parar assim”, comentou Wellington Felix, que tem a carroça devidamente emplacada, mas que circula em horário proíbido por lei nas avenidas principais.
O carroceiro também comentou que nunca foi parado por nenhum agente de trânsito e que a única coisa que mudou foi a placa na carroça. “Eu faço a mesma coisa de sempre, mas tem que ter placa, aí fui para o curso e ganhei a placa”, comentou.
Já Elenilson Mota, carroceiro também cadastrado, procura cumprir o que está previsto em lei, mas nem sempre consegue. “Não posso dizer que não vou fazer o transporte. E este pedido pode acontecer nas horas erradas e também pelos lugares proibidos”, ressaltou.Quando questionado sobre o perigo de transitar em horários de pico, como em avenidas como Augusto Franco e Nova Saneamento, o carroceiro afirmou não ter medo. “A gente corre risco de pé, de bicicleta ou de carro. O negócio é só andar certinho”, pontuou.
Cadastro
Com cerca de duas mil carroças em Aracaju, até o momento a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) cadastrou 791 veículos. “Nós estamos fazendo o cadastro mensalmente, pois são apenas trinta alunos por turma e é necessário dividir”, explicou a psicóloga e diretora da Escola de Trânsito da SMTT, Rita Luz.
Segundo Rita, o trabalho de conscientização e o processo de cadastramento não é uma atividade fácil. “É complicado tirar esse povo do trabalho para vir fazer o curso. É o sustento deles e muitos são agregados as lojas de construção”, explicou.
A psicóloga também ressaltou que muitos não são alfabetizados, exigindo o trabalho mais minucioso. “Temos um instrutor devidamente qualificado, que prepara o curso com Slider e com muita gravura. A pessoa também tem que ter um mínimo de noção de trânsito, e isso é muito difícil”, comentou.Fiscalização
Outro problema que envolve o trabalho de fiscalização da SMTT de Aracaju, segundo a diretora, é o grande número de carroceiros residentes na grande Aracaju. "Tem gente de Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão e não podemos fazer o cadastramento delas. Isso acaba dificultando no momento em que são abordados por nossos agentes”, explicou Rita.
A psicóloga informou que sempre que os carroceiros são abordados, recebem orientação do que devem fazer e são convidados a saírem das avenidas para que não atrapalhem o trânsito. "Eles são orientados e não deixamos que continuem circulando pelas avenidas atrapalhando os motoristas", finalizou.