Início de ano, é na maioria das vezes o período das grandes despesas para bolso do brasileiro. Primeiro por conta das dívidas acumuladas dos festejos de final de ano, segundo por conta dos impostos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), entre outros.
No entanto, um dos grandes vilões das despesas está ligado à chamada volta às aulas. Dessa forma começa uma verdadeira corrida dos pais, na procura dos melhores preços na enorme lista de livros e matérias escolares.
Em Aracaju, uma das melhores soluções para a economia na hora da compra, tem sido as feiras de livros, que acontecem em alguns bairros da capital.
“Com três filhos para educar, eu sempre fui uma cliente das feiras de livros, com isso tive a certeza de que essa era a forma mais econômica de conseguir comprar todos os livros que eram exigidos nas escolas”, afirmou a responsável pela feira no bairro Luzia, Gilka Maria Leite.
Gilka Maria, que depois de muitos anos sendo cliente resolveu criar a própria feira, afirma que a procura tem sido cada vez maior. “Muita gente tem buscado essa alternativa, independente da condição financeira. A economia é real e bastante significativa”, pontuou Gilka.
Na tentativa de economizar, Luciana Mendonça, de 32 anos, realiza a troca há dois anos. “Consigo economizar mais de 50% no valor dos livros, e isso em reais é muito dinheiro”, falou sorridente Luciana.
Já Marilene Barros, que compra o livro da filha em uma feira no bairro Coroa do Meio, afirma que optar pela compra em feiras, trás muitos benefícios. “A troca de livros não alivia apenas o bolso dos pais, mas também ajuda ao meio ambiente, além de proporcionar a conscientização dos nossos filhos, no sentido de cuidar bem dos livros”, resaltou. Marilene também informou que a filha é a responsável pelo processo de apagar alguma atividade que estejam rabiscada nos livros usados. “ O momento de apagar é sempre uma farra, ela adora e não reclama do livro usado” comentou.
Quem também adora apagar as atividades dos livros, é a filha de José Silvério, Michelle Sátiro, 8 anos. “Eu não me importo em ter que apagar e nem de ter que usar livros usados. Eu gosto”, afirmou a garota.
Mas quem adora o contentamento da filha é o pai, representante comercial, que há três anos realiza a troca. “Faço essa troca não só nas feiras, como também com o pai de algum coleguinha da escola, em uma série anterior a dos meus filhos, o que fica ainda mais em conta”, pontuou.
Silvério também ressaltou que, diante de tantos gastos, esse foi um recurso encontrado para economizar no processo de educação dos filhos.
“O governo já não faz a parte dele, que é oferecer uma educação pública de qualidade. Temos que pagar caro por uma educação que tinha que ser gratuita, fora tantos impostos que pagamos, então temos que buscar alternativas”, criticou o representante comercial.
Segundo a proprietária de uma feira de livros no bairro Coroa do Meio, Marise Vieira, essa alternativa econômica tem movimentado cerca de 1500 pais, que a partir do mês de novembro, começam o processo de troca.
“Os pais deixam os livros usados aqui em sistema de comodato e depois de um tempo voltam para saber se os livros foram vendidos. Com isso eles ganham um dinheiro com a venda dos livros do ano anterior e compram os livros do ano seguinte, também usados. Dessa forma todo mundo sai ganhado”, explicou Marise.A responsável pela feira também contou que caso os pais não voltem para resgatar os livros que não foram vendidos, esses são doados para instituições filantrópicas. “Como existe uma mudança constante nas listas de livros das escolas, alguns livros não servem para o ano seguinte, então ficam aqui até o final de fevereiro, se não forem resgatados nós fazemos doações para instituições como o Gacc[Grupo de Assistencia a Criança com Cancer]”, finalizou Marise.