Após uma denúncia de falta de neurocirurgião no Hospital de Urgência e Emergência João Alves Filho (Huse), que pode ter resultado em morte de um paciente por falta de atendimento, o Ministério Público Estadual realizou uma audiência com representantes das classes médicas em Sergipe.
As promotoras Euza Missano e Alessandra Pedral se reuniram na manhã dessa terça-feira, 23, com representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM), Sindicato dos Médicos (Sindimed) e Sociedade Médica de Sergipe (Somese).
“Através de uma audiência o Ministério tomou conhecimento da morte de um paciente que precisou ser submetido a uma cirurgia neurológica, mas a informação da representação médica é de que o cirurgião estava fazendo um atendimento naquele dia e por conta disso o paciente ficou esperando uma avaliação, que pode ter causado o agravamento do estado de saúde”, explicou Euza Missano.
A promotora Euza ainda informou que o presidente da Somese, Petrônio Gomes entregou ao MPE uma representação formalizada pelos neurocirurgiões relatando as condições de trabalho, bem como questões relacionadas a morte desse paciente.
“Como a situação é de gravidade o Ministério já instaurou procedimento e na próxima sexta-feira, [26] iremos fazer a convocação de todas as pessoas interessadas, a direção do hospital, os médicos que prestaram atendimento ao paciente e a direção da fundação hospitalar”, ressaltou Euza Missano.
De acordo com o presidente da Somese, a intenção de levar essa denúncia ao MPE, foi de mostrar que problemas existem dentro do hospital. “O problema existe e a gente não está inventando. O paciente morreu por conta da ausência de médico em uma especialidade, mas problemas estão acontecendo com todas as especialidades. Enquanto essas escalas não forem completas, mais gente vai morrer” ressaltou Petrônio Gomes.
O representante do CRM, Hyder Aragão, pontuou que essa denúncia é apenas mais uma que se soma aos grandes problemas que existem no Estado. “Essa audiência constata apenas denúncias que já estão sendo feitas e nós temos muita esperança que com essa condução que está sendo dada pelo Ministério Público e pelas entidades médicas, que nós consigamos chamar a responsabilidades dos gestores que conduzem efetivamente a política de saúde do Estado”, ressaltou Hyder.